Vereador Lucas Ganem, de BH, é investigado pela PF por suspeita de fraudar declaração de domicílio eleitoral
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Vereador Lucas Ganem (Podemos)
Dara Ribeiro/CMBH
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar o vereador de Belo Horizonte Lucas Ganem (Podemos) por suspeita de crime eleitoral. Segundo as apurações, o parlamentar, que nasceu e cresceu em São Paulo, transferiu o domicílio eleitoral para a capital mineira no início de 2024 e informou um endereço em que nunca morou.
De acordo com a PF, o registro do domicílio eleitoral de Lucas Ganem em BH foi feito em fevereiro do ano passado. Ele declarou como residência um imóvel localizado no bairro Trevo, na Região da Pampulha, que pertence a Grijalva de Carvalho Lage Duarte Júnior, atual secretário de Licitação e Contratos da Prefeitura de Contagem.
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Policiais federais foram até o endereço sem se identificar e conversaram com uma moradora, que disse não conhecer Lucas. Ela também afirmou que ele nunca residiu no local.
Ainda segundo um relatório da PF, em 2024, Lucas renovou a carteira de habilitação em São Paulo. No mesmo ano, ele era gerente estadual no Paraná de uma empresa de plano de saúde para servidores públicos.
O vereador foi eleito com 10.753 votos. Ele pertence a uma família de políticos de São Paulo: é primo do deputado federal Bruno Ganem (Podemos), e o sobrenome também está presente na Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara Municipal de SP.
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Ação na Justiça Eleitoral
Além das investigações da PF, iniciadas após denúncia anônima, está em andamento na Justiça Eleitoral de Minas Gerais uma ação de impugnação de mandato de Ganem, proposta pelo ex-vereador Rubão (Podemos). O caso tramita em segredo de justiça.
Em nota, a assessoria de Lucas Ganem afirmou que ele "nunca recebeu qualquer intimação da Policia Federal quanto ao suposto inquérito". Disse, ainda, que uma diligência ao endereço registrado pelo vereador em agosto de 2025 "não o encontraria mesmo" porque ele reside em outro local desde novembro de 2024.
"Além disso, em relação ao domicílio eleitoral, esse assunto já foi regularmente esclarecido na audiência de instrução e documentos juntados na Aime [Ação de Impugnação de Mandato Eletivo] perante a justiça eleitoral".
A Prefeitura de Contagem afirmou que não se manifestará, e que o secretário Grijalva Duarte Júnior não comentará o caso.