‘Vai matar a gente trabalhando?’: gari que presenciou morte de colega durante limpeza de rua em BH fala sobre conversa com atirador
12/08/2025
(Foto: Reprodução) Corpo de gari morto enquanto trabalhava é enterrado em Contagem, Minas Gerais
O assassinato de um gari em uma discussão de trânsito provocou indignação, em Belo Horizonte. A vítima foi enterrada nesta terça-feira (12).
Parentes e colegas usaram roupas laranja no enterro em Contagem — uma homenagem a Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos.
"Não precisava chegar a esse ponto, porque até mesmo o indivíduo que causou esse transtorno, essa dor, até mesmo a essa família foi avisado três vezes por mim dizendo para ele: 'vai atirar? Você vai matar a gente trabalhando?'", contou o gari, Thiago Rodrigues Vieira.
A motorista do caminhão Elen Dias Aparecida Rodrigues contou que o suspeito se irritou porque o veículo da limpeza dificultava a passagem do carro.
"Ele no carro dele, eu no caminhão, eu chamando ele para passar, aí ele foi e colocou a arma em punho".
Amigos e familiares lamentam morte de gari em briga de trânsito com empresário em BH
Reprodução/TV Globo
O condutor conseguiu passar com o carro, desembarcou e atirou contra Laudemir. O motorista é René da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos. A polícia o prendeu, em uma academia, poucas horas depois do crime.
De acordo com a polícia, o empresário foi identificado por três testemunhas. Ele foi preso em flagrante pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ao ser abordado pela polícia, René da Silva negou o crime e disse ser casado com a delegada Ana Paula Nogueira. A Corregedoria de Polícia apreendeu duas armas no apartamento do casal.
"A arma institucional ela está vinculada ao inquérito policial instaurado na corregedoria para apuração de eventual infração por parte da servidora. Ela foi ouvida, ela disse que seu esposo não tinha acesso a esse armamento, tá? E que, portanto, ela desconhecia qualquer tipo de envolvimento dele em prática criminosa", afirmou Saulo Castro, delegado da Corregedoria da Polícia Civil MG.
A viúva de Laudemir, Liliane França da Silva, pediu justiça e respeito.
"Eu não tenho mais ele por causa de uma injustiça, de uma falta de respeito de um cidadão que acordou de mau humor. Quero Justiça, eu quero justiça e respeito. Respeita os garis. Respeito, eles estão limpando, eles estão fazendo o serviço deles. Respeitem eles."
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Reprodução/TV Globo