Quem é Lucas Coelho, vereador suspeito de assassinar o ex-noivo a tiros em MG
05/06/2025
(Foto: Reprodução) Parlamentar, que está no segundo mandato em Araújos, se entregou à polícia uma semana após o crime; ele é investigado por matar o ex-noivo Jhonathan Simões, com quem teve um relacionamento conturbado, segundo a família da vítima. Vereador de Araújos é preso suspeito de matar o ex-noivo em Formiga, MG
Lucas Daniel Coelho, de 33 anos, vereador de Araújos, no Centro-Oeste de Minas, é o principal suspeito do assassinato do ex-noivo, Jonathan Silva Simões, de 31 anos. O crime ocorreu na noite do dia 29 de maio, quando o professor foi baleado na porta de casa, em Formiga (MG).
O vereador se entregou à polícia na quinta-feira (5), em Bom Despacho, após ter a prisão decretada na noite desta quarta (4). Ele está detido e, segundo a Polícia Civil, deve responder por homicídio qualificado.
"Assim que nosso cliente teve conhecimento do mandado de prisão, ele se entregou espontaneamente", disse o advogado Alexandre Simão.
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Natural de Bom Despacho, Lucas foi eleito vereador pela primeira vez em 2020, pelo Partido Social Democrático (PSD), e reeleito em 2024, com 354 votos. Na Justiça Eleitoral, declarou um patrimônio de R$ 67 mil.
No atual mandato, apresentou projetos de lei e indicações diversas. Ele tem ensino médio completo e, até então, não havia registro público de envolvimento em escândalos.
Na quarta-feira (4), antes da prisão, a Câmara Municipal de Araújos divulgou nota informando que não havia sido oficialmente notificada sobre qualquer investigação envolvendo o parlamentar. O texto dizia ainda que "não havia elementos formais que justificassem qualquer providência institucional" naquele momento.
Após a prisão de Lucas Coelho, o g1 procurou novamente a Câmara para saber se haverá posicionamento atualizado, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Vereador de Araújos Lucas Coelho
Câmara de Araújos/Divulgação
O dia do crime
O assassinato ocorreu por volta das 18h15 do dia 29 de maio. Jhony chegava em casa, no Bairro Sagrado Coração de Jesus, após o trabalho, quando foi atingido por disparos.
Segundo Pablo, imagens de câmeras de segurança mostram que o autor dos tiros aguardava no local desde 17h30 e agiu pelas costas. A vítima foi baleada seis vezes.
“Ele estava atravessando a rua pra entrar. As câmeras mostram que o criminoso já estava esperando desde 17h30. Então ele veio por trás e atirou pelas costas. Foram seis tiros. Depois entrou no carro e fugiu. O criminoso estava de boné, com o rosto coberto”, contou Junio.
Medida protetiva
Segundo familiares, Jhony — como era conhecido — havia solicitado uma medida protetiva após episódios de ameaças e perseguições do ex-noivo, mas o pedido foi negado pela Justiça.
De acordo com Junio Pablo de Moura, primo e irmão de criação de Jonathan, o relacionamento entre os dois durou cerca de um ano e começou de forma tranquila, mas se tornou abusivo com o tempo. Moura relata que Jonathan era seguido, ameaçado e teve a privacidade violada em diversas situações.
“Ele era um irmão pra mim. Cresceu com a minha mãe desde os 10 anos. A gente nunca imaginava isso. O Jhony chegou a montar uma espécie de dossiê com todas as ameaças. Pediu medida protetiva, mas disseram que era só para mulheres em relação a homens. Ele ficou revoltado, rasgou o papel na ocasião, mas eu mesmo li”, contou.
O g1 fez contato com a Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Justiça de Minas Gerais para saber sobre a medida protetiva negada e aguarda retorno.
"Nada vai trazer o Jhony de volta. Mas ele não pode ser mais um número. Ele pediu ajuda, gritou por socorro, e ninguém ouviu. Agora, o mínimo que esperamos é justiça'", desabafou Junio Pablo.
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