Policial Federal de Juiz de Fora vira réu por espionagem ilegal em tentativa de golpe de Estado
06/05/2025
(Foto: Reprodução) Marcelo Bormevet também é acusado de produzir notícias falsas por meio de sistemas da Abin, onde chegou a ser servidor público. Em nota, a defesa dele disse que recebeu com tranquilidade a notícia e que vai mostrar que ele não praticou nenhum crime. Marcelo Araújo Bormevet
Reprodução/Redes Sociais
Marcelo Araújo Bormevet, policial federal de Juiz de Fora, virou réu por participação na tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
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A decisão, por unanimidade, é da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e foi proferida nesta terça-feira (6).
Marcelo é acusado de integrar um grupo criminoso que monitorava ilegalmente autoridades públicas, além de produzir notícias falsas pelo sistema da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde chegou a ser servidor público.
Ele e outros seis homens fazem parte do núcleo 4 do grupo, responsável por “operações estratégicas de desinformação". Também foram viraram réus:
Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major da reserva do Exército;
Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
Reginaldo Vieira de Abreu, coronel da reserva do Exército.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo propagou notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizou ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses golpistas.
Votaram pela abertura de processo penal os 5 ministros da Primeira Turma: Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Os acusados podem recorrer no próprio STF da decisão do colegiado que aceitou a denúncia. Podem apresentar, por exemplo, os chamados embargos de declaração, pedidos de esclarecimento de pontos das conclusões dos ministros.
Em nota, a defesa de Marcelo Araújo Bormevet, através do advogado Hassan Souki, disse que recebeu com tranquilidade a decisão e que vai demostrar, no decorrer do processo, que ele não praticou e nem contribuiu para a prática de nenhum crime.
“Essa decisão é meramente de recebimento da denúncia e não recorreremos. O processo agora vai continuar, com o início da fase de instrução (oitiva de testemunhas e interrogatório)”, complementou.
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Réus devem ser ouvidos
Concluída a etapa dos recursos, todas as partes são chamadas a apresentar as alegações finais, ou seja, documentos em que apontam o andamento do processo e seus argumentos, contra e a favor da condenação.
O caso segue, então, para julgamento. Caberá aos ministros avaliar as circunstâncias do caso e a atuação individual de cada acusado. Os envolvidos podem ser condenados ou absolvidos. Se condenados, terão penas específicas para cada um. Desta decisão, também caberá recursos.
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