Polícia descobriu sumiço de 220 armas em MG ao flagrar suspeito com armamento que deveria estar apreendido na instituição
10/11/2025
(Foto: Reprodução) Corregedoria da Polícia Civil investiga sumiço de 220 armas de delegacia do Barreiro
A Polícia Civil de Minas Gerais descobriu o desaparecimento de cerca de 220 armas de fogo que estavam sob guarda da instituição após flagrar um suspeito portando um armamento que já havia sido apreendido anteriormente.
Uma servidora suspeita de envolvimento com o caso foi presa neste domingo (9).
O caso, segundo interlocutores ouvidos pela reportagem, levou à abertura de uma investigação sobre um possível esquema de desvio de armas envolvendo servidores da 1ª Delegacia do Barreiro, no bairro Jardinópolis, em Belo Horizonte.
A polícia não detalhou o modelo das armas apreendidas, mas informou que o material extraviado é composto por armamentos de baixo calibre, muitos deles considerados obsoletos.
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De acordo com as informações, o suposto esquema foi identificado durante uma ocorrência de rotina registrada em Contagem.
Ao registrar a apreensão de uma arma, policiais constataram no sistema que o mesmo artefato já constava como confiscado em outra investigação e deveria estar armazenado nas dependências da delegacia. A checagem do acervo revelou que outros armamentos também haviam desaparecido.
A Corregedoria da Polícia Civil conduz a investigação e informou que o procedimento está em “estágio avançado”.
Em vídeo divulgado à imprensa, o delegado-geral da instituição, Rômulo Dias, afirmou que "a Polícia Civil reforça seu compromisso com a transparência e responsabilidade e o rigor na apuração dos fatos, reafirmando seu compromisso com a preservação da legalidade e da confiança da sociedade".
Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, onde o caso foi registrado.
Thiago Phillip/TV Globo
Falta de centrais de custódia é apontada como possível causa
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) atribui o caso à ausência das Centrais de Cadeia de Custódia no estado.
Essas estruturas foram previstas na Lei nº 13.964, de 2019, o chamado “Pacote Anticrime”, e deveriam concentrar todos os materiais apreendidos pelas forças de segurança.
Segundo o presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, a inexistência dessas unidades facilita extravios e dificulta o controle de armas e outros objetos apreendidos.
"Essas armas não deveriam estar armazenadas em delegacias. Até hoje a Polícia Civil não liberou a verba para a construção da central, que ficaria sob responsabilidade do Instituto de Criminalística", afirmou.
Até a última atualização desta reportagem, a Polícia Civil e o governo de Minas Gerais não haviam se manifestado sobre as alegações do sindicato.
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