Poços de Caldas terá centro para estudar rejeitos de terras raras e agrotóxicos com coordenação da Unifal
Poços terá centro para estudar rejeitos da exploração de terras raras e agrotóxicos
Poços de Caldas vai receber um novo centro dedicado a pesquisas sobre o tratamento de rejeitos da exploração de terras raras e agrotóxicos. A iniciativa será coordenada pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) e contará com investimento de R$ 11 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Este é o maior aporte de recursos já destinado à instituição dentro dos projetos federais de fomento à pesquisa.
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O espaço foi denominado Centro Multiusuário de Ciências e Tecnologias Aplicadas à Mitigação de Estresse Ambiental. O objetivo é buscar soluções para reduzir os impactos ambientais causados pela mineração e pela utilização de agrotóxicos, com foco no reaproveitamento de resíduos e na geração de novos produtos que possam beneficiar o meio ambiente e a agricultura.
De acordo com o coordenador do projeto, professor Thiago Corrêa de Souza, o novo centro vai trabalhar em dois principais eixos:
“O primeiro eixo constitui o uso de resíduos oriundos da biodegradação de agrotóxicos, pesticidas, oriundos de apreensões, de pirataria. Após essa degradação por micro-organismos, ou seja, biodegradação, é gerado resíduos. Nós queremos aproveitar esses resíduos na agricultura, no sentido de utilizá-los como condicionador de solo".
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"O segundo eixo já é voltado para os elementos de terras raras, novamente trabalhando com os resíduos da mineração de elementos de terras raras. Nós queremos pegar esses resíduos e produzir novas moléculas. Essas moléculas poderão ser utilizadas na agricultura também, desde como condicionadores de solo, mas também como bioestimulantes de planta, ou seja, substâncias que podem dar tolerância a plantas que estão passando por condições adversas”, explicou.
Ele destacou ainda que o centro também vai avaliar a toxicidade desses rejeitos e buscar soluções para a correta destinação dos materiais, um desafio enfrentado em todo o país.
A pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da Unifal, Vanessa Bergamin Boralli Marques, ressaltou a relevância da iniciativa.
“A importância do Centro Multiusuário CMT é para além da Unifal, ele é importante para a região, é importante para o Estado e ele é importante para o país. Com esses recursos, nós vamos adquirir equipamentos de ponta, nós vamos ter recursos para desenvolver as pesquisas e nós vamos formar recursos humanos, desenvolvendo pesquisas que são de interesse da comunidade, que são do país e que nos ajudam a mudar o modelo de desenvolvimento econômico”, afirmou.
Segundo a universidade, dez pesquisadores atuaram diretamente na aprovação do projeto, que ainda contou com o apoio de pelo menos 21 grupos de pesquisa, instituições, cooperativas, prefeituras e empresas da região.
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