PGR pede condenação de policial federal de Juiz de Fora por integrar grupo que articulou tentativa de golpe de Estado
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Marcelo Araújo Bormevet
Reprodução/Redes Sociais
Marcelo Araújo Bormevet, policial federal de Juiz de Fora, foi uma das sete pessoas que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (3), por participar da tentativa de golpe de Estado com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Em maio deste ano, o ex-servidor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) virou réu no processo. Ele é acusado de integrar um grupo criminoso que monitorava ilegalmente autoridades públicas e produzia notícias falsas por meio do sistema da Abin, em uma atuação que levou aos ataques aos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
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Ao g1, a defesa de Marcelo Araújo Bormevet, através do advogado Hassan Souki, informou que apresentará as alegações finais dentro do prazo legal e espera, ao final, a absolvição do cliente. Leia a nota na íntegra mais abaixo.
O policial federal, preso desde 2024 na Casa de Custódia do Policial Penal e Agente Socioeducativo, em Matozinhos, integra, junto com outros seis homens, o núcleo 4 do grupo, responsável por “operações estratégicas de desinformação”. São eles:
Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major da reserva do Exército;
Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
Reginaldo Vieira de Abreu, coronel da reserva do Exército.
🔎 Agora, o STF vai analisar todas as provas e os argumentos apresentados para, então, decidir se os réus serão condenados ou absolvidos.
Pedido da PGR é baseado em documentação do próprio grupo
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, a denúncia não é baseada em suposições, mas na documentação produzida pelo próprio grupo.
“Não há como negar fatos praticados publicamente, planos apreendidos, diálogos documentados e bens públicos deteriorados”, explicou.
Ele destacou, ainda, o uso da estrutura da Abin ilegalmente para produzir e disseminar notícias falsas sobre o processo eleitoral, ministros do Supremo Tribunal Federal e a empresa fabricante das urnas eletrônicas.
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Com a comprovação, o procurador-geral reforçou a necessidade de que Marcelo Bormevet e os demais integrantes do grupo sejam condenados pelos seguintes crimes:
Organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Tentativa de golpe de Estado;
Dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A PGR também solicita que seja estabelecido um valor mínimo para a reparação dos danos.
Nota da defesa de Marcelo Bormevet
"A defesa de Marcelo Bormevet, diante do pedido de condenação formulado pelo PGR na data de ontem (03/09), se manifesta no sentido de que, não obstante a extensa narrativa trazida nas alegações finais ministeriais, não há nos autos nenhum elemento que comprove a participação de Marcelo Bormevet nos fatos narrados na denúncia. Assim, a defesa apresentará suas alegações finais no prazo legal e espera, ao final, a absolvição de Marcelo Bormevet, entendendo ser esta a única medida adequada diante da prova constante nos autos do processo".
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