Mulher que teve parte dos lábios arrancados por companheiro passa por cirurgia de reconstrução
11/12/2025
(Foto: Reprodução) Mulher tem parte do lábio arrancado por companheiro
A mulher de 46 anos que teve parte dos lábios arrancados e foi mantida em cárcere privado pelo companheiro durante uma discussão motivada por ciúmes, precisou passar por cirurgia de reconstrução labial.
O caso de extrema violência contra a mulher foi registrado no fim de novembro em Juiz de Fora e o agressor, que mordeu e engoliu parte do lábio da vítima, foi indiciado pela Polícia Civil por tortura e cárcere privado.
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O advogado da vítima, Ulisses Sanches da Gama, confirmou à TV Integração que a mulher precisou passar por uma cirurgia plástica emergencial, mas deve passar por novos procedimentos de reconstrução labial devido à gravidade da lesão.
“Foi feito a princípio uma contenção da ferida, que foi muito grande. As mulheres vítimas, elas carregam esse trauma para o resto da vida”, disse o advogado.
O homem teve a prisão em flagrante convertida para preventiva e segue preso no Ceresp em Juiz de Fora.
Detalhes da agressão e prisão
As agressões contra a mulher ocorreram no último dia 23 de novembro. Conforme a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o crime aconteceu depois que o casal saiu de uma festa.
Motivado por ciúmes, ele manteve a vítima trancada dentro de casa e a agrediu. As agressões causaram lesões graves, entre elas uma mutilação permanente: o homem mordeu, arrancou e engoliu parte do lábio da companheira.
“Eles discutiram, ela queria ir à casa dele para buscar as coisas dela, uma mochila, e chegando lá ele não deixou que ela fosse embora, queria manter relações sexuais, o que ela não queria, então ele enfurecido ele começou a agredi-la”, explicou o advogado Ulisses.
Para a delegada responsável pelo caso, Alessandra Azalim, a mutilação revela um comportamento desumanizado do agressor, que tratou o corpo da mulher como um território sob domínio.
“Essa vítima foi submetida a intenso sofrimento físico e mental, foi ameaçada, impedida de se defender e teve sua liberdade restringida”, disse a delegada responsável pelo caso, Alessandra Azalim.
📊 Violência diária e novo observatório
Em Juiz de Fora, a cada 24 horas, dez mulheres sofrem algum tipo de violência doméstica. Para entender quem são as vítimas e em que contexto os casos acontecem, foi criado o 'Observatório Estadual da Mulher Contra a Violência'.
A partir de agora, as agressões passam a ser registradas com mais detalhes. A lei que criou o Observatório obriga o registro de dados completos da vítima, como:
Identidade
Raça
Escolaridade
Profissão
Situação socioeconômica
Além disso, as formas de violência também passam a ser monitoradas, incluindo:
Psicológica
Moral
Patrimonial
Perseguição
Importunação sexual
A advogada Flávia Machado ressaltou a importância da nova ferramenta:
"Ela vai tornar o invisível, visível. Uma vez identificada e havendo políticas públicas no sentido de protegê-la, essa mulher será vista", disse Flávia Machado.
Os relatórios serão divulgados a cada seis meses a fim de guiar políticas públicas mais eficientes em todo o estado.
Veja violências que se enquadram na Maria da Penha
Elaboração própria/g1
Como denunciar violência contra a mulher
Juiz de Fora conta com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, localizada no 2º andar do Shopping Santa Cruz, no Centro, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30.
Localizada na Av. Barão do Rio Branco, 967, no Bairro Mariano Procópio, a Casa da Mulher Segura funciona de segunda a sexta-feira, em horário comercial, e oferece acolhimento, escuta e encaminhamento à rede de atendimento para que as mulheres saíam de situações de risco.
Outra opção é o Núcleo de Atendimento da Mulher, administrado pela Ordem dos Advogados do Brasil Subseção Juiz de Fora (OAB/JF), também localizado no 2º piso do Santa Cruz Shopping.
Gerida pela Prefeitura, a Casa da Mulher oferece atendimento de segunda a sexta-feira, de 8h as 17h, na Avenida Garibaldi Campinhos, 169, no Bairro Vitorino Braga.
Já à noite, nos fins de semana e feriados, as ocorrências são atendidas pela Delegacia de Plantão, no Bairro Santa Terezinha.
Em situações emergenciais, as vítimas também podem buscar auxílio remoto, pelos seguintes canais:
Polícia Miliar - telefone: 190. É quem atende as vítimas em situações emergenciais.
Polícia Civil - telefone: 181.
Central de Atendimento à Mulher - telefone: 180. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos. O serviço também pode orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento.
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