Minas Gerais tem 31 barragens em situação de risco; a maioria delas é de mineração
01/07/2025
(Foto: Reprodução) Levantamento da Agência Nacional de Águas mostra que Minas Gerais registrou mais de 2 mil barragens em 2024. Estado lidera aumento no número de estruturas cadastradas no país. Levantamento revela que Minas está entre os estados com mais estruturas em risco
Um relatório divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) revelou que Minas Gerais foi o estado que mais contribuiu para o aumento no número de barragens cadastradas no Brasil em 2024.
Ao todo, 527 novas estruturas foram incluídas no sistema, o que representa um crescimento de 8% em relação ao ano anterior.
Essas barragens têm diferentes finalidades, como abastecimento de água, geração de energia hidrelétrica, irrigação, controle de enchentes e disposição de rejeitos da mineração.
Apesar da maioria das estruturas em Minas estar classificada com dano potencial associado baixo, ou seja, com menor risco de causar grandes impactos em caso de rompimento, ainda há barragens com risco médio e alto.
O dano potencial é um indicador que mede o quanto uma barragem pode afetar pessoas, o meio ambiente e a economia se houver falha na estrutura.
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Fiscalização e segurança
A fiscalização de quase 70% dessas barragens é feita por órgãos estaduais, como o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), ambos ligados à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Segundo Bruno Rebouças, superintendente de Regulação de Serviços Hídricos e Segurança de Barragens da ANA, a prioridade na fiscalização é dada às estruturas com dano potencial alto e criticidade elevada, que leva em conta a documentação, planos de segurança e manutenção da barragem.
“Essas são as barragens que exigem maior atenção do poder público para garantir que os responsáveis cumpram suas obrigações e aumentem a segurança”, explicou.
Barragens prioritárias
O relatório aponta que 31 barragens em Minas Gerais são consideradas prioritárias para a gestão de segurança, sendo 28 delas ligadas à mineração. Duas dessas estruturas estão em nível de emergência 3, o mais alto da escala de risco:
Forquilha III, em Ouro Preto, da mineradora Vale;
Serra Azul, em Itatiaiuçu, da ArcelorMittal.
De acordo com a ANA, os empreendedores responsáveis por essas barragens ainda não atenderam a todos os requisitos legais de segurança. Em caso de acidentes, há risco para a população e para serviços essenciais.
O relatório também avaliou a atuação dos órgãos fiscalizadores. A Feam aparece entre as instituições com maior número de equipes dedicadas exclusivamente ao monitoramento de barragens. No entanto, a ANA destaca que ainda são necessários mais investimentos para garantir a eficiência dessas atividades.
Bruno Rebouças reforça que o relatório é enviado ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos e ao Congresso Nacional, além das assembleias legislativas estaduais.
“Esses dados ajudam a mostrar a importância de fortalecer as instituições com equipes compatíveis com a demanda”, afirmou.
Barragem Forquilha III, em Ouro Preto.
Divulgação/Vale
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