Mãe denuncia professora por agressão a filho autista em sala de aula; polícia investiga o caso
10/06/2025
(Foto: Reprodução) Segundo ata de registro da escola, educadora admitiu que houve momento de tensão e, na tentativa de controlar o aluno, se 'descontrolou' e deu dois tapas no ombro da criança. Mãe denuncia professora por agressão a filho autista em sala de aula
A polícia investiga o caso de um aluno autista, de quatro anos de idade, que foi agredido por uma professora em Belo Horizonte. A agressão foi registrada em uma escola municipal na Região da Pampulha. A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Educação e aguarda retorno.
Ao g1, a mãe do aluno explicou que o filho foi agredido na última sexta-feira (6), e que a direção da escola foi informada e conversou com a professora sobre o ocorrido. Os pais registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
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Segundo o que consta na ata de registro da escola, assinada pela direção, pelos pais da criança e pela professora, a educadora admitiu que houve um momento de tensão e, na tentativa de controlar o aluno, se "descontrolou" e deu dois tapas no ombro da criança.
De acordo com as informações que constam na ata registrada na escola, a professora relatou que tentou intimidar o aluno porque ele a teria agredido e tentado arremessar o aparelho celular dela no chão.
"Reconheceu que agiu de forma errada ao desferir dois tapas no ombro da criança. A direção advertiu a professora sobre o ato e informou que repassaria os relatórios à GERED [Diretoria Regional de Educação] Pampulha para orientações e novos encaminhamentos, caso necessário", diz o texto da ata.
De acordo com a mãe, a educadora usou o termo "birra" para falar da crise que o menino apresentava, e pediu aos pais para buscá-lo.
"Uma criança autista tem diferença entre crise e birra. Na hora que ela alegou os fatos eu falei: 'não é birra, não é birra'. Eu expliquei para ela o que é uma crise e o que é uma birra. Deixei bem claro para eles porque tem diferença entre crise e birra, sabe? Ele estava tendo uma crise", afirmou a mãe, que preferiu não se identificar.
Criança já havia reclamado de agressões
Ao g1, a mãe afirmou que registrou um boletim de ocorrência e representou o caso no Juizado Especial de Belo Horizonte.
Além disso, a mulher afirmou que o filho já vinha reclamando que a professora o agredia durante as aulas. Em uma dessas situações, o menino contou aos pais que a educadora havia dado tapas em seu rosto.
"No mês de março, eu e o pai dele fomos à escola reclamar sobre o assunto, porque ele [filho] alegou que ela bateu na cara, que chegou a estalar. E aí eu falei: 'como uma criança de quatro anos sabe que um tapa na cara estala?' Falei: 'ele não tá mentindo'", afirmou a mãe.
No caso do tapa no rosto, ela não registrou boletim de ocorrência e tentou resolver apenas com a direção da escola. De acordo com a mulher, os pais sentiram que o filho estava sendo "perseguido" pela educadora, mas a família não tem condições de mantê-lo em outra escola.
"Todos os dias era bilhete em cima de bilhete, e eu senti que, depois desse dia que ele contou que ela deu um tapa, [houve] uma perseguição em cima dele. Só que eu penso que eu não tenho o que fazer, eu não tenho outra escola pra colocar ele", contou.
Sala de aula (ILUSTRATIVA)
Tayná Schultz/Divulgação
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