Justiça torna réus acusados de assassinato de mulher trans por dívida de R$ 22 em BH

  • 10/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo registra grito de socorro de mulher trans que morreu após ser agredida A Justiça de Minas tornou réus os dois homens acusados de espancarem e assassinarem a mulher trans Alice Martins Alves. O crime ocorreu na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, por causa de uma comanda de R$ 22. A decisão foi publicada na última quinta-feira (4), e divulgada na tarde desta quarta-feira (10). Câmeras de segurança flagraram o momento em que Alice, de 33 anos, pediu ajuda e gritou por "socorro" (veja vídeo acima). Os réus são os garçons Arthur Caique Benjamim de Souza, de 27 anos, e William Gustavo de Jesus do Carmo, de 20 anos. Os dois foram indiciados por feminicídio, no início do mês de dezembro. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos acusados. O texto da decisão é assinado pela juíza Ana Carolina Rauen, do 1º Tribunal do Júri Sumariante. Com a aceitação da denúncia, os dois começam a responder ao processo criminal, que ainda tramita em Segredo de Justiça. Ambos respondem o processo em liberdade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Relembre o caso No fim do mês de novembro, a polícia ouviu o motociclista que socorreu Alice. A vítima morreu em 9 de novembro, depois de ser internada em um hospital para tratar complicações das agressões que sofreu em 23 de outubro. O motociclista disse que chegou a tentar pagar os R$ 22 que motivaram o espancamento. Lauro César Gonçalves Pereira, de 32 anos, relatou que estava trabalhando quando viu Alice no chão, e dois homens próximos a ela. De acordo com o motociclista, quando ele avistou Alice, as agressões já havia terminado. Inicialmente ele pensou que se tratava de uma vítima de atropelamento, mas ouviu os xingamentos dos dois suspeitos e decidiu parar para ajudar. "Eles falaram que eu estava apoiando ladrão, e eu perguntei: 'qual o motivo de vocês fazerem isso com ela?' E falaram que ela roubou, daí falei 'quantos é?' . Ele falou: 'é R$ 22 , você vai pagar?' . Eu falei, 'eu pago', mas continuaram gritando e xingando. Acabei falando com eles: 'o que vocês decidirem é isso mesmo, só não encosta mais na menina. Olha o que vocês já fizeram com a moça. Porque vocês não chamam a polícia?'", disse Lauro César. Alice Martins Alves, de 33 anos, morreu após sair de um bar, em BH Reprodução/redes sociais Prestou socorro O motociclista afirmou que os dois homens fugiram antes da chegada da Polícia Militar, e quando ele viu uma viatura, acenou para os militares, que o ajudaram e levar a vítima para um pronto-atendimento. Segundo ele, Alice ainda tentou pedir para que ele a levasse para casa, mas ela estava muito machucada e com sinais de desorientação. Ainda segundo Lauro César, ele socorreu a vítima, mas não tinha ciência da gravidade dos ferimentos. Apenas dias após o ocorrido, ao se deparar com uma publicação sobre o caso nas redes sociais, o entregador fez um comentário revelando seu envolvimento no socorro. 'Eu vi uma postagem e falei com minha esposa: 'eu ajudei essa moça aí', e fiz um comentário lá no post. Daí esperei a polícia me acionar. Eu sempre agi dessa forma, minha mãe sempre me ensinou a ajudar as pessoas. Eu pararia para qualquer pessoa", contou o motociclista. Segundo a Polícia Civil, Alice só não morreu no local do crime porque o entregador interveio, interrompeu o espancamento e chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Espancada ao sair de bar Conforme o boletim de ocorrência, a vítima saia de um bar em direção à Avenida Getúlio Vargas quando foi atacada pelo suspeito. Ele estava acompanhado de outros dois funcionários do estabelecimento, que riram da agressão. Ainda de acordo com o registro policial, Alice desmaiou e foi socorrida por pessoas no local. Ela sofreu fraturas nas costelas, desvio de septo nasal e perfuração no intestino. Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil disse que a mulher tinha o hábito de frequentar o bar. No dia do crime, ela foi sozinha e ficou durante um tempo bebendo. Em determinado momento, levantou-se e foi embora, esquecendo-se de pagar a conta de R$ 22. Por isso, foi perseguida e espancada pelos funcionários. O caso é investigado como feminicídio pelo Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios (Neif) do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A instituição também a apura se as agressões foram mais intensas pelo fato de Alice ser uma mulher trans — ou seja, se houve transfobia. Vídeos mais vistos no g1 Minas:

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/12/10/justica-torna-reus-acusados-de-assassinato-de-mulher-trans-por-divida-de-r-22-em-bh.ghtml


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