Arma usada no assassinato de gari é a mesma apreendida na casa de empresário, aponta laudo

  • 15/08/2025
(Foto: Reprodução)
Veja trechos da audiência de custódia do empresário suspeito de matar gari em BH O exame de balística realizado por peritos da Polícia Civil confirmou que a arma utilizada no assassinato do gari Laudemir Fernandes é a mesma que foi apreendida na casa do empresário Renê da Silva Nogueira Junior, principal suspeito do crime. A investigação, segundo a própria polícia, confirmou que se trata da arma de uso pessoal da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê, e não da arma funcional utilizada em serviço. O revólver foi apreendido pela polícia na residência do casal, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia do crime. Na ocasião, um dos revólveres, calibre 38, foi recolhido — o mesmo calibre do disparo que resultou na morte do gari. Após análises comparativas, a polícia concluiu se tratar do mesmo artefato. Desde o dia do crime, Renê nega envolvimento, e a delegada vem sendo investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil. Ela segue no exercício da função. O g1 entrou em contato com os advogados dos acusados, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), também presente no inquérito, o gari foi atingido por um disparo que atravessou o abdômen. Laudo da Polícia Civil aponta onde o gari foi atingido. Reprodução O exame de necropsia confirmou que a vítima morreu em decorrência de hemorragia interna, provocada por um único disparo de arma de fogo no abdômen. O tiro atingiu órgãos vitais, causando sangramento intenso e rápido agravamento do quadro, o que levou à morte. A conclusão do laudo aponta que o óbito foi violento, de natureza homicida, e compatível com ação intencional, reforçando a gravidade do ataque. Os indícios apontam que a vítima teve pouco tempo de vida após ser atingida, devido à gravidade do ferimento. Veja o que disse o juiz ao manter prisão do empresário Como foi a reação de Renê ao saber que seguirá preso Veja LINHA DO TEMPO do caso Prisão preventiva Veja reação de empresário ao saber que continuará preso preventivamente por morte de gari O empresário passou por audiência de custódia na última quarta-feira (13) e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após representação do Ministério Público. Nesta quinta (14), a Justiça autorizou a quebra de sigilo telefônico do suspeito. Um vídeo mostra a reação dele ao descobrir que continuará preso (veja acima). Na gravação, o empresário inclina a cabeça para baixo e apresenta semblante abatido ao receber a notícia. Em seguida, ele é levado embora algemado. "[Tendo em vista] todo esse contexto, gravidade concreta dos fatos, reiteração delitiva do agente eu acolho, por garantia da ordem pública, eu acolho integralmente o parecer ministerial e converto seu flagrante em prisão preventiva", concluiu o juiz Leonardo Damasceno. 'Teve tempo de preparar a arma antes de atirar', analisou juiz em audiência No mesmo dia, o suspeito, que estava no Ceresp Gameleira, foi transferido para o Presídio de Caeté, na Grande BH. A defesa chegou a pedir o relaxamento da decisão da Justiça, argumentando que não havia indícios suficientes para manter a determinação de prisão. O suspeito foi preso na segunda-feira (11), em uma academia de Belo Horizonte, horas após o crime (veja cronologia mais abaixo). Os advogados destacaram que o acusado é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa. Além disso, a defesa de Renê pediu que o caso fosse colocado sob sigilo, mas a Justiça não atendeu à solicitação. O juiz não acolheu os argumentos. Ele alegou haver elementos suficientes para manter a prisão, como "perseguição ininterrupta" da polícia, identificação do veículo e reconhecimento de testemunhas. O magistrado também afirmou que se trata de um crime hediondo e que é necessário punição. PERFIL: empresário é casado com delegada e se define como cristão e patriota Renê Junior, preso por morte de gari, inclina cabeça para baixo ao ser informado que será mantida prisão após audiência de custódia Reprodução Personalidade 'violenta' e 'desequilibrada' O juiz disse ainda considerar a personalidade de Renê "violenta" e "desequilibrada". Ele apontou que o suspeito se sentiu confortável em ir treinar em academia após atirar e matar Laudemir. "Ao que tudo indica, ele foi pra academia... quer dizer, comete um crime e vai treinar numa academia? Situação que merece apuração sobre a personalidade do agente", afirmou o juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia de Belo Horizonte. Empresário nega crime Durante a audiência, o empresário negou o crime, afirmou ter ido para o trabalho, passeado com o cachorro e seguido para a academia. Ao sair do local, se deparou com os policiais e foi preso. A prisão ocorreu com base no reconhecimento de testemunhas e em imagens de câmeras de segurança que flagraram o carro do suspeito em direção à rua em que o gari foi baleado, momentos antes dos tiros. Duas armas, que pertencem à esposa delegada do suspeito, foram apreendidas na casa do casal e serão periciadas. A Corregedoria da Polícia apura se houve por parte da delegada omissão de cautela, quando há descuido com o equipamento, na guarda dos armamentos. Justiça converte em preventiva a prisão do suspeito de matar gari em BH Histórico de violência doméstica Um outro fator de peso na decisão do magistrado foi o histórico de Renê com violência doméstica. O suspeito quebrou o braço da antiga companheira, segundo o juiz. Ele também tem histórico de agressões a outra companheira e um atropelamento, que terminou com uma morte. A Justiça também apontou que a forma como o crime foi cometido impossibilitou a defesa da vítima. "Chega um cidadão [...] querendo passar de forma desequilibrada e violenta, sai do veículo, ameaça trabalhadores que prestam serviço público, coloca arma em direção a uma mulher motorista de caminhão falando que daria um tiro na cara da trabalhadora. Não satisfeito, volta com arma em punho [...] e atira. Toda uma dinâmica que mostra a periculosidade do agente. É um homicídio qualificado, um crime hediondo", complementou. RESUMO: O que se sabe sobre o caso VÍDEO: Câmera filma gari caindo no chão após tiro Cronologia Laudemir Fernandes foi morto a tiros na manhã de segunda-feira após uma discussão de trânsito. Ele trabalhava na coleta de lixo quando, segundo testemunhas, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior pediu que o caminhão fosse retirado da via, para que ele passasse. A mulher que dirigia o caminhão afirmou que tinha espaço suficiente para o carro passar. Renê teria se irritado e ameaçado atirar na motorista. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse. Renê, então, desceu do carro e atirou na direção dos garis, atingindo Laudemir. O crime aconteceu no encontro das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte. Horas depois, o empresário foi localizado em uma academia, no bairro Estoril, onde foi preso em flagrante. No momento da prisão, ele negou o crime. O suspeito, casado com a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais, foi levado para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Após o depoimento, ele foi transferido para o Ceresp Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. A Polícia foi até o endereço do casal, recolheu a arma que, segundo o boletim de ocorrência, resultou na morte do gari, e uma outra, ambas pertencentes à delegada. A delegada Ana Paula foi conduzida para a Corregedoria da Polícia Civil para prestar esclarecimentos e teve o celular apreendido. Ela não estava presente no momento do crime. A polícia investiga se houve negligência da parte da delegada na cautela da arma. Caso seja confirmado, caracteriza-se transgressão disciplinar. Segundo as investigações, o empresário Renê da Silva Nogueira Junior não possui registro de arma de fogo nem porte de arma. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a conduta da delegada, esposa do empresário, em torno dos crimes de omissão de cautela e prevaricação. Até o fim das investigações, ela segue no cargo. Infográfico: Entenda caso de gari morto por empresário em BH g1 Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário preso por atirar em gari em briga de trânsito Reprodução

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/08/15/arma-usada-no-assassinato-de-gari-e-a-mesma-apreendida-na-casa-de-empresario-aponta-laudo.ghtml


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