Aluna de Juiz de Fora é prata em olimpíada pan-americana de matemática e busca inspirar outras meninas: 'ver que é possível'
Estudante de Juiz de Fora foi prata na Pan-American Girls Mathematical Olympiad, disputada em Fortaleza
Colégio Cave/Divulgação
A estudante Júlia Passarini, de 15 anos, conquistou a medalha de prata na 5ª edição da Pan-American Girls Mathematical Olympiad (PAGMO), ou Olimpíada Pan-Americana de Meninas de Matemática, realizada em Fortaleza.
Júlia é de Juiz de Fora e foi a única representante da região sudeste do país entre as quatro meninas que integraram a equipe brasileira.
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A competição reuniu quase jovens de 15 países das Américas entre os dias 26 de outubro e 2 de novembro, seguindo o modelo da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO). Na disputa, era necessário resolver três problemas matemáticos em quatro horas a cada dia de competição.
Para a adolescente, o resultado foi uma mistura de surpresa e emoção. “Quando vi meu nome lá foi incrível. Foi uma sensação de outro mundo. Fiquei muito feliz e emocionada. Naquele momento todo o esforço valeu a pena”.
Inspiração para outras meninas
Júlia começou a participar de olimpíadas de conhecimento aos 12 anos, ainda no ensino fundamental. Em 2024, foi bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática e convidada a participar da Semana Olímpica de Matemática, em Salvador, onde se destacou e garantiu vaga na disputa pan-americana.
“Eu comecei participando da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) só para tentar ganhar uma medalha e nem imaginava ser uma das melhores da cidade, quem dirá do país. Mas fui me apaixonando pela matemática e hoje ela faz parte da minha vida”, contou.
A jovem acredita que sua conquista também serve para inspirar outras meninas a entrarem no universo das ciências exatas, ainda marcado pela presença masculina.
“As meninas precisam ver que é possível, que a matemática é para todas. Não tem diferença nenhuma no conhecimento entre meninos e meninas. A gente pode e deve estar nesse espaço também”, afirmou.
Estudantes representaram o Brasil na competição internacional
CAVE/Divulgação
Rotina intensa e dedicação total
A rotina de preparação da jovem incluiu treinamentos em São Paulo e Recife, promovidos pela OBM, e muitas horas de estudo diário conciliadas com as aulas regulares no colégio, desde abril.
“Eu chegava da escola e estudava direto, umas cinco ou seis horas por dia. É cansativo, mas gratificante. Nos treinamentos, a gente troca muito conhecimento e aprende a pensar diferente”, explicou.
Durante a olimpíada, Júlia viveu dias de imersão total com meninas de outros países.
“Foi maravilhoso. A gente virou amiga, não era só competição. Conversamos sobre como é estudar matemática em outros lugares, e foi incrível ver quantas meninas talentosas existem nesse mundo das exatas.”
Planos de seguir carreira na matemática
Com a nova conquista, Júlia já pensa no futuro. Antes, ela sonhava em cursar medicina, mas a matemática mudou seu rumo.
“Hoje eu não me vejo mais na medicina. Quero seguir carreira na área de matemática ou ciência da computação e estudar fora do país. Penso em universidades como Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Harvard ou outras nos Estados Unidos.”
Após o bom desempenho em Fortaleza, Júlia já se prepara para tentar uma vaga na European Girls Mathematical Olympiad (EGMO), competição europeia que acontecerá em 2026.
“Estou estudando muito para os testes. Quero continuar representando o Brasil e inspirando mais pessoas com a matemática”, disse.
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*estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto
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