Polícia cumpre mandado em Santos Dumont contra quadrilha que vendia medicamentos e orientava abortos na internet
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Investigados por traficar medicamentos e vender 'assessoria' para abortos em grupos na internet são alvos da polícia
Polícia Civil/Divulgação
Uma operação contra suspeitos de traficar medicamentos usados para aborto em grupos de redes sociais foi realizada em nove cidades do país na segunda-feira (8). Uma das ações ocorreu em Santos Dumont, onde a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão.
Celulares foram recolhidos, e uma mulher foi conduzida à delegacia para prestar esclarecimentos, sendo liberada em seguida. A ação também investiga a oferta de 'assessoramento técnico' para orientar o procedimento.
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Segundo a Polícia, o caso foi descoberto depois que uma mulher de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, comprou o medicamento e contratou o serviço, mas, sem orientação, passou mal e precisou ser hospitalizada.
As ações ocorreram nos seguintes locais:
Paraíba: João Pessoa
Goiás: Goiânia e Valparaíso
Rio de Janeiro: Nova Iguaçu
Espírito Santo: Aracruz
Bahia: Irecê e Itaguaçu
Minas Gerais: Santos Dumont
Brasília: Distrito Federal
Outras três pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas em outros estados, e uma delas tinha medicamento para aborto, mas as cidades não foram informadas.
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Tráfico de medicamentos
Ainda conforme a Polícia, a organização criminosa é especializada no tráfico de diferentes medicamentos controlados, com destaque para o Cytotec (Misoprostol), substância utilizada ilegalmente para a prática de aborto. O uso é restrito a hospitais autorizados.
O 'assessoramento técnico' se referia a orientações e suporte às usuárias quanto ao modo de administração do fármaco durante o procedimento abortivo.
De acordo com a investigação, mais de 250 mulheres faziam parte do grupo.
Descoberta do esquema
Em abril deste ano, uma mulher de Guaíba, no Rio Grande do Sul, deu entrada em um hospital após passar mal e sofreu um aborto. A equipe médica suspeitou do caso e acionou a Polícia Civil, que começou a investigar.
A mulher, ao prestar depoimento à polícia, contou que havia ingerido misoprostol e que comprou o medicamento pela internet. Além disso, que havia contratado os serviços de 'assessoramento técnico' para o aborto, que foi feito de forma remota. No entanto, a pessoa responsável pelas orientações teria parado de responder às mensagens e, devido às dores que sentia, decidiu procurar atendimento médico.
Ao longo da investigação, a Polícia Civil identificou os administradores do grupo, que eram os únicos autorizados a realizar a venda do produto Cytotec e acompanhar o procedimento abortivo. Eles residem nos estados da Paraíba, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e no Distrito Federal.
Agora, a Polícia Civil busca esclarecer a participação de cada uma dessas pessoas no esquema, bem como entender como funciona a dinâmica da organização e apurar de onde o medicamento é desviado, “já que se trata de droga de uso controlado, que só pode ser ministrada em hospitais, sendo vedada a comercialização em farmácia e afins”.
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